João Zorro


Pela ribeira do rio
cantand'ia a dona virgo
       d'amor:
       "Venhan'as barcas polo rio
5       a sabor".
  
Pela ribeira do alto
cantand'ia la dona d'algo
       d'amor:
       "Venhan'as barcas polo rio
10       a sabor".
  



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Nota geral:

Integrando o ciclo de cantigas das "barcas novas", esta pequena composição (onde a voz feminina só surge no refrão) é como um eco da primeira dessas cantigas, onde a jovem donzela exprime o seu prazer ao ver, da ribeira, as barcas remar no rio.
Apesar da sua brevidade, também esta composição levanta problemas interessantes, que desmentem a sua aparente simplicidade. Um deles é a referência explícita (e rara, neste tipo de cantigas) ao estatuto da figura feminina: uma dona virgo (o que parece contraditório, já que dona é, na época, a mulher adulta ou casada), e, socialmente, uma dona d´algo (uma fidalga). Uma segunda questão, de âmbito diferente, prende-se com o facto de os três primeiros versos da cantiga serem retomados, quase textualmente, por Airas Nunes numa sua pastorela (não deixando de ser curioso que a única palavra a desaparecer seja, exatamente, dona).



Nota geral


Descrição

Cantiga de Amigo
Refrão e Paralelística
Cobras singulares
(Saber mais)


Fontes manuscritas

B 1155, V 757

Cancioneiro da Biblioteca Nacional - B 1155

Cancioneiro da Vaticana - V 757


Versões musicais

Originais

Desconhecidas

Contrafactum

Desconhecidas

Composição/Recriação moderna

Venham as barcas pelo rio a subir 

Versão de Frederico de Freitas