Cantiga referida em nota (linha 12)
| | | | | | João Zorro |
| | | | Em Lixboa, sobre lo mar, | | | | barcas novas mandei lavrar, | | | | ai mia senhor veelida! | | | | | Em Lixboa, sobre lo lez, | | 5 | | barcas novas mandei fazer, | | | | ai mia senhor veelida! | | | | | Barcas novas mandei lavrar | | | | e no mar as mandei deitar, | | | | ai mia senhor veelida! | | | 10 | | Barcas novas mandei fazer | | | | e no mar as mandei meter, | | | | ai mia senhor veelida! |
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| Nota geral: Conhecida cantiga que integra o ciclo de João Zorro que tem Lisboa como motivo. Pondo em cena uma voz masculina que anuncia simplesmente ter mandado fazer barcas novas em Lisboa, aí as lançando ao mar, esta composição só aparentemente é simples. Note-se, em primeiro lugar, que, embora formalmente a tenhamos de classificar como uma cantiga de amor (já que a voz é masculina, como se disse), estamos não só bem longe do universo característico desse género, como muito perto do universo das cantigas de amigo (incluindo mesmo, para além da tradicional forma paralelística, um dos seus "marcadores" habituais, o termo velida). Esta simbiose entre os dois géneros é, desde logo, uma das originalidades da cantiga, Uma outra característica muito original é o facto de esta voz masculina não ser a do trovador, como seria de esperar, mas ser, manifestamente, uma voz aposta: a do construtor dos navios, o rei (D. Dinis, como tudo parece indicar). Dar voz ao rei é caso único na lírica galego-portuguesa (e mesmo na lírica em geral). A composição entra, de resto, em diálogo direto com a cantiga de amigo que os manuscritos transcrevem logo a seguir, e onde uma voz feminina (no caso, a da mãe da donzela) se refere igualmente a estas barcas novas que el-rei de Portugale (...) mandou fazer. Note-se finalmente que, mais uma vez, a paisagem ribeirinha de Lisboa (em Lixboa, sobre lo mar), longe de ser uma mera circunstância, parece "pintada" com particular atenção e gosto.
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Nota geral
Descrição
Cantiga de Amor Refrão e Paralelística Cobras alternadas (Saber mais)
Fontes manuscritas
B 1151bis/1152, V 754
Versões musicais
Originais
Desconhecidas
Contrafactum
Em Lixboa sobre lo mar Versão de José Augusto Alegria
Composição/Recriação moderna
Em Lisboa, sobre lo mar Versões de Fernando Lopes-Graça
En Lixboa sobre lo mar Versão de José Augusto Alegria, Pedro Caldeira Cabral
Em Lisboa sobre lo mar Versão de Frederico de Freitas
Em Lisboa sobre o mar Versão de Pedro Barroso
En Lisboa sobre lo mar Versões de Amancio Prada
En Lixboa, sobre lo mar Versão de José Augusto Alegria, Avalon
En Lixboa sobre lo mar Versão de José Augusto Alegria, César Prata, Assobio
En Lixboa Versão de José Augusto Alegria, César Prata, Assobio, Dave Spritz
Cantigas de Amigo: Em Lixboa, sobre lo mar Versão de Ivan Moody
En Lixboa sobre lo mar Versão de José Augusto Alegria, Mondeguinas - Tuna Feminina da Universidade de Coimbra
Linhagem Versão de Eurico Carrapatoso
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