João Servando


Ir-se quer o meu amigo,
nom me sei eu del vingar,
 e, pero mal está migo,
 se me lh'eu ant'assanhar,
5       quando m'el sanhuda vir,
       nom s'ousará daquend'ir.
  
Ir-se quer el daqui cedo
por mi nom fazer companha,
mais, pero que nom há medo
10de lhi mal fazer mia sanha,
       quando m'el sanhuda vir,
       nom s'ousará daquend'ir.
  
Foi el fazer noutro dia
oraçom a Sam Servando
15por s'ir já daqui sa via,
mais, se m'eu for assanhando,
       quando m'el sanhuda vir,
       nom s'ousará daquend'ir.



 ----- Aumentar letra ----- Diminuir letra

Nota geral:

Pois o seu amigo quer partir (e já foi mesmo encomendar-se a S. Servando, como é dito na última estrofe), a donzela pensa que o melhor que tem a fazer para o impedir disso é mostrar-se zangada. E embora ele pense que não tem medo das zangas dela, quando a vir verdadeiramente zangada decerto que não ousará ir-se embora.



Nota geral


Descrição

Cantiga de Amigo
Refrão
Cobras singulares
(Saber mais)


Fontes manuscritas

B 1143, V 735

Cancioneiro da Biblioteca Nacional - B 1143

Cancioneiro da Vaticana - V 735


Versões musicais

Originais

Desconhecidas

Contrafactum

Desconhecidas

Composição/Recriação moderna

Desconhecidas