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  (linha 13)

Pero Mendes da Fonseca


Sazom sei eu que nom ousei dizer      ←
o mui gram bem que quer'a mia senhor,      ←
ca me temia de seu desamor;      ←
e ora já nom hei rem que temer,      ←
5ca já m'ela maior mal nom fará      ←
do que mi fez, per quanto poder há,      ←
 ca já i fezo todo seu poder,      ←
  
per bõa fé, [e] naquela sazom      ←
de dur diria quant'ora direi,      ←
10ca nom ousava, mais já ousarei;      ←
e des oimais, quer se queixe, quer nom      ←
(e que se queixe!) nom mi pode dar      ←
maior afã, nem já maior pesar,      ←
nem maior coita no meu coraçom      ←
  
 15ca já mi deu, per que perdi o sem      ←
e os meus olhos prazer e dormir,      ←
- pero sempr'eu punhei de a servir,      ←
come se fosse tod'este mal bem;      ←
e servirei, enquant'eu vivo for,      ←
 20ca nom hei doutra rem tam gram sabor,      ←
pero lhi praz de quanto mal mi vem.      ←



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Nota geral:

Se houve um tempo em que o trovador não ousava confessar o seu amor à sua senhora, com medo de a desgostar, agora, desenganado pelo rigor com que ela o trata, já não se importa de falar: quer ela se queixe ou não, dá aqui conta do seu desejo e sofrimento, que já lhe fizeram perder o sono e toda a alegria. No final, reafirma, no entanto, que continuará a servi-la, já que nada lhe dá mais gosto (embora saiba que ela tem prazer com o seu sofrimento).



Nota geral


Descrição

Cantiga de Amor
Mestria
Cobras singulares
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Fontes manuscritas

B 1125, V 717

Cancioneiro da Biblioteca Nacional - B 1125

Cancioneiro da Vaticana - V 717


Versões musicais

Originais

Desconhecidas

Contrafactum

Desconhecidas

Composição/Recriação moderna

Desconhecidas