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  (linha 5)

Pero de Berdia


Sanhudo m'é meu amig'e nom sei,      ←
Deu'lo sabe, por que xi m'assanhou      ←
 ca toda rem que m'el a mi mandou      ←
fazer, fij'eu e nunca lh[e] errei;      ←
 5       e por aquesto nom tenh'eu em rem      ←
        sanha, que sei onde mi verrá bem.      ←
  
Tam sanhudo nom m'é, se m'eu quiser,      ←
que muit'alhur sem mi possa viver,      ←
e em sobêrvia lho quer'eu meter      ←
10que o faça, se o fazer poder;      ←
       e por aquesto nom tenh'eu em rem      ←
       sanha, que sei onde mi verrá bem.      ←
  
E, des que eu de mandado sair,      ←
nom se pode meu amigo guardar      ←
15que me nom haja pois muit'a rogar      ←
polo que m'agora nom quer gracir;      ←
       e por aquesto nom tenh'eu em rem      ←
       sanha, que sei onde mi verrá bem.      ←
  
Quando m'el vir em Santa Marta estar      ←
20mui fremosa, meu amigo bem lheu      ←
 querrá falar migo e nom querrei eu;      ←
entom me cuido bem del a vingar;      ←
       e por aquesto nom tenh'eu em rem      ←
       sanha, que sei onde mi verrá bem.      ←



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Nota geral:

Às zangas injustificadas do seu amigo a moça não dá qualquer importância: é uma mera questão de orgulho da parte dele e decerto que não vai aguentar muito tempo sem a ver. De resto, se ela deixar de atender aos seus pedidos, logo virá com súplicas. Mas pode esperar uma pequena vingança da sua parte: na ermida de Santa Marta, quando a vir tão formosa e quiser vir falar-lhe, ela não vai querer.



Nota geral


Descrição

Cantiga de Amigo
Refrão
Cobras singulares
(Saber mais)


Fontes manuscritas

B 1118, V 709
(C 1118)

Cancioneiro da Biblioteca Nacional - B 1118

Cancioneiro da Vaticana - V 709


Versões musicais

Originais

Desconhecidas

Contrafactum

Desconhecidas

Composição/Recriação moderna

Desconhecidas