Cantiga com provérbio:
O que muito quer, a pouco devém
  (linha 15)

Lopo


Bem vej'eu que dizia mia senhor
gram verdade no que mi foi dizer,
ca já eu dela querria haver
 est'e terria-lho por grand'amor:
5       que sol quisesse comigo falar;
       e quitar-m'-ia de lh'al demandar.
  
E bem entendo que baratei mal
do que lhi foi dizer, ca des entom
nom falou migo, se Deus mi perdom;
10e tanto mi fezess'hoj'e nom al:
       que sol quisesse comigo falar;
       e quitar-m'-ia de lh'al demandar.
  
E bem entendo que fiz folia;
e dizem verdade por ũa rem:
15"do que muito quer, a pouco devém";      ←
atal foi eu, ca já filharia
       que sol quisesse comigo falar;
       e quitar-m'-ia de lh'al demandar.



 ----- Aumentar letra ----- Diminuir letra

Nota geral:

Tudo o que o trovador pediria à sua senhora é que acedesse a falar com ele. Isso o contentaria e nada mais lhe iria pedir, até porque "quem tudo quer, tudo perde", como conclui na estrofe final.



Nota geral


Descrição

Cantiga de Amor
Refrão
Cobras singulares
(Saber mais)


Fontes manuscritas

B 1114, V 705

Cancioneiro da Biblioteca Nacional - B 1114

Cancioneiro da Vaticana - V 705


Versões musicais

Originais

Desconhecidas

Contrafactum

Desconhecidas

Composição/Recriação moderna

Desconhecidas