João Baveca


Meus amigos, nom poss'eu mais negar
o mui gram bem que quer'a mia senhor,
que lho nom diga, pois ant'ela for,
e des oimais me quer'aventurar
5       a lho dizer; e pois que lho disser,
       mate-m'ela, se me matar quiser.
  
Ca, por boa fé, sempre m'eu guardei,
quant'eu pudi, de lhi pesar fazer;
mais, como quer, ũa mort'hei d'haver,
10e com gram pavor ave[n]turar-m'-ei
       a lho dizer; e pois que lho disser,
       mate-m'ela, se me matar quiser.
  
Ca nunca eu tamanha coita vi
levar a outr'home, per boa fé,
15com'eu levo; mais pois que assi é,
aventurar-me quero des aqui
       a lho dizer; e pois que lho disser,
       mate-m'ela, se me matar quiser.



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Nota geral:

O trovador diz aos seus amigos que, não podendo esconder por mais tempo o amor que sente pela sua senhora, está decidido a correr o risco de lho confessar.



Nota geral


Descrição

Cantiga de Amor
Refrão
Cobras singulares
(Saber mais)


Fontes manuscritas

B 1103, V 694
(C 1103)

Cancioneiro da Biblioteca Nacional - B 1103

Cancioneiro da Vaticana - V 694


Versões musicais

Originais

Desconhecidas

Contrafactum

Desconhecidas

Composição/Recriação moderna

Desconhecidas