Bernal de Bonaval


Amor, bem sei o que m'ora faredes,
pois m'em poder d'atal senhor metedes,
contra quem me depois nom valeredes,
  u eu por ela tal coita levar,
5a qual me nom saberei conselhar.
  
 Por en vos rog', Amor, que me leixedes
viver, s'en bem fazer nom me queredes.
Ca eu bem sei que vós poder havedes
de mi fazerdes, se quiserdes, bem,
10Amor, ou mal, quando vos prouguer en.
  
E pois mi bem e mal fazer podedes,
nom mi façades quanto mal sabedes
fazer; mais dereit'é que mi mostredes
o mui gram bem que podedes fazer,
15Amor, pois eu som em vosso poder.



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Nota geral:

Dirigindo-se ao Amor (personificado), o trovador diz-lhe que, depois de o ter feito apaixonar-se pela sua senhora, decerto não lhe irá valer; mas pede-lhe, de entre o mal e o bem que ele pode fazer, que lhe faça o bem, o que será justo, já que está em seu poder.



Nota geral


Descrição

Cantiga de Amor
Mestria
Cobras uníssonas (rima b singular)
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Fontes manuscritas

B 1064, V 655

Cancioneiro da Biblioteca Nacional - B 1064

Cancioneiro da Vaticana - V 655


Versões musicais

Originais

Desconhecidas

Contrafactum

Desconhecidas

Composição/Recriação moderna

Desconhecidas