Pero de Ver


Mia senhor fremosa, por Deus,
e por amor que vos eu hei,
oí[de-m']um pouc'e direi
o por que eu ante vós vim:
5que hajades doo de mim,
mia senhor fremosa, por Deus!
  
Se vos doerdes do meu mal,
por Deus, por que vo-lo roguei,
vós, que eu sempre desejei,
10des aquel dia 'm que vos vi,
 cousimento faredes i,
se vos doerdes do meu mal.
  
Ai, mia senhor, per bõa fé,
por vós me tem forçad'amor!
15E vós, fremosa mia senhor,
nom vos queredes en doer;
e por est'é meu mal viver,
ai, mia senhor, per bõa fé!
  
Per bõa fé, nom é meu bem
20nem é mia prol viver assi;
e vós, que eu por meu mal vi,
haverei sempr'a desejar;
vós e mia mort'- a meu pesar,
per bõa fé, nom é meu bem.



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Nota geral:

Apresentando-se diante da sua senhora, o trovador pede-lhe que o ouça por uns momentos, dirigindo-lhe em seguida um discurso em que lhe declara o seu amor e o seu sofrimento, e lhe pede para ter piedade dele.



Nota geral


Descrição

Cantiga de Amor
Mestria
Cobras singulares
Dobre: (vv. 1 e 6 de cada estrofe)
mia senhor fremosa, por Deus (I); se vos doerdes do meu mal (II); ai, mia senhor, per bõa fé (III); per bõa fé, nom é meu bem (IV)
(Saber mais)


Fontes manuscritas

B 1060, V 650
(C 1060)

Cancioneiro da Biblioteca Nacional - B 1060

Cancioneiro da Vaticana - V 650


Versões musicais

Originais

Desconhecidas

Contrafactum

Desconhecidas

Composição/Recriação moderna

Desconhecidas