João Airas de Santiago


O meu amigo, forçado d'amor,
pois agora comigo quer viver
ũa sazom, se o puder fazer,
nom dórmia já mentre comigo for,
5       ca daquel tempo que migo guarir
       atanto perderá quanto dormir.
  
E quem bem quer [o] seu tempo passar
u é com sa senhor, nom dorme rem;
e meu amigo, pois pera mi vem,
10nom dórmia já mentre migo morar,
       ca daquel tempo que migo guarir
       atanto perderá quanto dormir.
  
E, se lh'aprouguer de dormir alá
u el é, prazer-mi-á, per bõa fé,
15pero dormir tempo perdud[o] é,
mais per meu grad'aqui nom dormirá,
       ca daquel tempo que migo guarir
       atanto perderá quanto dormir.
  
E, depois que s[e] el de mim partir,
20tanto dórmia quanto quiser dormir.



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Nota geral:

Uma vez que o seu amigo tenciona passar algum tempo com ela, a donzela sugere que o melhor mesmo é não dormir durante esses dias, já que dormir seria uma perda de tempo. Quando estiver longe dela, ele poderá dormir tanto quanto quiser, mas, enquanto estiver com ela, e se lhe quiser agradar, não vai dormir.



Nota geral


Descrição

Cantiga de Amigo
Refrão
Cobras singulares
Finda
(Saber mais)


Fontes manuscritas

B 1033, V 623

Cancioneiro da Biblioteca Nacional - B 1033

Cancioneiro da Vaticana - V 623


Versões musicais

Originais

Desconhecidas

Contrafactum

Desconhecidas

Composição/Recriação moderna

Desconhecidas