João Airas de Santiago


Queixos'andades, amigo, d'amor
e de mi, que vos nom posso fazer
  bem, ca nom hei, sem meu dan', en poder,
 e por en guise-mi-o Nostro Senhor
5       que vos faça eu bem em guisa tal
       que seja vosso bem e nom meu mal.
  
Queixades-vos que sempre fostes meu,
amig', e vos leixo por mi morrer,
mais dizede-mi como vos valer
10possa sem meu dan', e guisá-lo eu
       que vos faça eu bem em guisa tal
       que seja vosso bem e nom meu mal.
  
Sõo guardada como outra molher
nom foi, amigo, nem há de seer,
15ca vos nom ous'a falar nem veer,
e por en guise-mi-o Deus, se quiser,
       que vos faça eu bem em guisa tal
       que seja vosso bem e nom meu mal.



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Nota geral:

Respondendo às queixas do seu amigo, a donzela diz-lhe que não lhe concede os seus favores porque não pode fazê-lo sem sérias consequências para si própria (na 3ª estrofe explica que a trazem fortemente vigiada)..A não ser, sugere, que ele arranje uma maneira de ela o poder fazer sem se prejudicar.



Nota geral


Descrição

Cantiga de Amigo
Refrão
Cobras rima a singular, rima b uníssona
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Fontes manuscritas

B 1021, V 611

Cancioneiro da Biblioteca Nacional - B 1021

Cancioneiro da Vaticana - V 611


Versões musicais

Originais

Desconhecidas

Contrafactum

Desconhecidas

Composição/Recriação moderna

Desconhecidas