Rui Martins de Ulveira


- Muit'há que diz que morrerá d'amor
o voss'amigo, se vo-lo veer
nom faço, filha; mais quer'eu saber
 que perç'eu i, se por vós morto for.
5- Direi-vos, madr', as perdas que há i:
perder-s'há el e poss[o] eu perder
       o corp', e vós, madr', o vosso por mi.
  
- Ai mia filha, entenderá quem quer
que vós teedes por el sa razom;
10mais dized'ora, se Deus vos perdom,
que perç'eu i, se x'el morrer quiser?
- Direi-vos, madre, quant'eu entend' i:
perder-s'há el e perderei entom
       o corp', e vós, madr', o vosso por mi.



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Nota geral:

Neste diálogo a mãe pergunta à filha que perderá ela se o seu amigo morrer por não a ver, como há muito anda a dizer. A esta pergunta cética da mãe, a filha responde que perderá, sim, e muito: morrendo ele, ela talvez morra também e logo depois a própria mãe, por perder a filha. Na sua segunda intervenção a mãe acrescenta que todos compreenderão que ela o defende e repete a pergunta. A resposta da moça é idêntica, mas mais afirmativa (em vez de "posso morrer" ela diz agora "morrerei").
A cantiga parece responder à composição que se segue no manuscrito (que eventualmente as transcreveu pela ordem inversa).



Nota geral


Descrição

Cantiga de Amigo
Refrão, Dialogada
Cobras singulares
Palavra(s)-rima: (v. 5 de cada estrofe)
i
(Saber mais)


Fontes manuscritas

B 1001, V 590

Cancioneiro da Biblioteca Nacional - B 1001

Cancioneiro da Vaticana - V 590


Versões musicais

Originais

Desconhecidas

Contrafactum

Desconhecidas

Composição/Recriação moderna

Desconhecidas