Vasco Rodrigues de Calvelo


Nom perç'eu coita do meu coraçom,
cuidando sempr'em quanto mal me vem
por ũa dona que quero gram bem;
e sei já esto, se Deus me perdom:
5       que nunca Deus gram coita quiso dar
       senom a quem El fez molher amar,
  
com'a mim fez. Ca des que eu naci,
nunca vi hom'em tal coita viver,
com'eu vivo, per molher bem querer.
10E sei já esto que passa per mi:
       que nunca Deus gram coita quiso dar
       senom a quem El fez molher amar,
  
com'a mim fez, mui coitado d'amor
e doutras coitas grandes que eu hei.
15E pois eu já tôdalas coitas sei,
d'ũa cousa sõo bem sabedor:
       que nunca Deus gram coita quiso dar
       senom a quem El fez molher amar,
  
com'a mim fez; e nunca me quis dar
20bem dessa dona que me fez amar.



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Nota geral:

Incapaz de deixar de sofrer e pensando continuamente no mal que lhe faz uma dona que ama, o trovador sabe agora que Deus só dá verdadeiro sofrimento àquele que ama uma mulher. Como é o seu caso: tendo experimentado sofrimentos diversos, compreende que o do amor é o maior de todos.



Nota geral


Descrição

Cantiga de Amor
Refrão
Cobras singulares
Ateúda atá finda
Finda
(Saber mais)


Fontes manuscritas

A 298, B 992, V 580

Cancioneiro da Ajuda - A 298

Cancioneiro da Biblioteca Nacional - B 992

Cancioneiro da Vaticana - V 580


Versões musicais

Originais

Desconhecidas

Contrafactum

Desconhecidas

Composição/Recriação moderna

Desconhecidas