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Osoiro Anes


Mim prês forçadament'Amor,      ←
e fez-mi amar que[m] nunc'amou;      ←
e fez-mi tort'e desamor      ←
 que mi atal senhor tornou.      ←
5E vejo que mal baratei      ←
que mi a tal senhor tornei,      ←
que nom sabe que é amar,      ←
e sab'a homem penas dar.      ←
  
Que forçad'hoj'e sem sabor      ←
10eno mundo vivendo vou!      ←
Ca nunca púdi haver sabor      ←
 de mim nem d'al, des que foi sou,      ←
senom dela. E que farei?      ←
Por que pregunto? Ca eu sei:       ←
15viver hei, se de mim pensar,      ←
ou morrer, se mim nom amar!      ←
  
 Quem quer x'esto pode veer      ←
 (e mais quem mego vid'houer):      ←
que nom hei já sem, nem poder      ←
20de m'emparar d'ũa molher,      ←
a mais mansa que nunca vi,      ←
nem mais sem sanha, pois naci.       ←
Ve[e]d'ora se estou mal,      ←
que m'emparar nom sei de tal!      ←
  
25Ca s[õ]o tam em seu poder      ←
que, s[e] end'al fazer quiser,      ←
non'o poderei eu fazer,      ←
 se m'en[de] Deus poder nom der      ←
contra ela, que eu servi,      ←
30qual dou a ela sobre mi.      ←
Que nunca eu soub'amar al,      ←
ergo ela que mi faz mal.      ←



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Nota geral:

O Amor apoderou-se do trovador à força e fê-lo amar alguém que nunca amou - assim começa esta cantiga, centrada no tópico do sofrimento pela indiferença da senhora. Inteiramente sob o seu domínio, o trovador diz-nos que só vê duas saídas: viver, se ela vier em seu auxílio, ou morrer, se ela o abandonar. De resto, diz-nos ainda (e de forma original), qualquer pessoa poderá ver como é estranho ele não se conseguir defender de alguém tão meigo e doce. Mas é essa a sua situação presente: tão incapaz de escapar ao seu domínio que só mesmo Deus poderá valer-lhe.



Nota geral


Descrição

Cantiga de Amor
Mestria
Cobras doblas
(Saber mais)


Fontes manuscritas

B 37
(C 37)

Cancioneiro da Biblioteca Nacional - B 37


Versões musicais

Originais

Desconhecidas

Contrafactum

Desconhecidas

Composição/Recriação moderna

Desconhecidas