Martim Codax
Jogral medieval


Nacionalidade: Galega

Notas biográficas:

Trata-se provavelmente de um jogral galego, ativo em meados ou no terceiro quartel do século XIII. Embora seja um dos dois únicos autores presentes nos cancioneiros medievais cujas composições se conservaram igualmente num manuscrito individual, o designado Pergaminho Vindel, onde vêm acompanhadas da respetiva notação musical (o outro dos autores sendo D. Dinis, com o Pergaminho Sharrer), nada se sabe de concreto sobre a sua biografia. O seu apelido parece excluir a hipótese de um estatuto social elevado. Seria pois um jogral ou segrel, eventualmente ligado a Vigo, localidade repetidamente cantada nas suas composições.
Acrescente-se que a autoria da sétima cantiga atribuída a Martim Codax (Ai ondas que eu vim veer) é incerta, tendo sido acrescentada no Pergaminho Vindel pelo primeiro copista musical. E acrescente-se ainda que o seu nome (na forma Martim Codaz) aparece igualmente numa nota, ainda não completamente elucidada, que o Cancioneiro da Vaticana (e apenas este manuscrito) transcreve a seguir a uma das cantigas de Martim de Ginzo (vd., na edição dessa cantiga, a nota L, v. 6).
Com tudo isto, as propostas para a explicação do seu apelido não têm faltado, as mais antigas e tradicionais vendo em Codax ou Codaz uma alcunha (com origem em codex, códice, codo, cotovelo, codazzo, cauda, por exemplo), as mais recentes sugerindo poder tratar-se de um patronímico ou de um topónimo. Recentemente (2018) Ron Fernández1, fazendo uma resenha crítica de todas estas sugestões, avançou com alguns dados documentais novos, em particular a existência do apelido, sob a forma Codaz, em dois documentos do mosteiro de Santa María de Oia (datados de 1275 e 1278), ambos fazendo referência à venda de uma vinha que foi de Fernan Codaz, personagem que este investigador crê poder ter sido irmão do jogral Martim. A localização da dita vinha, em Sandián, no atual concelho do Rosal, remete-nos para a zona sul da Galiza, muito perto da fronteira do Minho.

Como referido no texto relativo aos critérios seguidos nesta Base de Dados, a enorme quantidade de gravações musicais existentes das cantigas de Martim Codax levou a equipa a limitar os ficheiros áudio a exemplos escolhidos. O usuário interessado em outras versões poderá consultar a respetiva discografia em linha, no endereço indicado no final desta página.


Referências

1 Ron Fernández, Xavier (2018), "Martin Codax: o nome. A onomástica na lírica trobadoresca", in The Vindel Parchment and Martin Codax. The Golden Age of Medieval Galician Poetry, edited by Alexandre Rodríguez Guerra and Xosé Bieito Arias Freixedo, John Benjamins Publishing Company, pp. 233-235.
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:
Martín Códax: Cantigas de Amigo - A discography

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Cantigas (por ordem alfabética):


Ai Deus, se sab'ora meu amigo
Cantiga de Amigo

Ai ondas que eu vim veer
Cantiga de Amigo

Eno sagrado em Vigo
Cantiga de Amigo

Mandad'hei comigo
Cantiga de Amigo

Mia irmana fremosa, treides comigo
Cantiga de Amigo

Ondas do mar de Vigo
Cantiga de Amigo

Quantas sabedes amar amigo
Cantiga de Amigo