João Lobeira
Trovador medieval


Nacionalidade: Portuguesa

Notas biográficas:

Cavaleiro português, ativo na segunda metade do século XIII, João Peres de Lobeira pertencia a uma linhagem da pequena nobreza originária da região de Guimarães, pelo que o seu apelido poderá provir da localidade de Lobeira, nas proximidades dessa cidade. Era filho bastardo de D. Pero Soares de Alvim e, eventualmente, de uma senhora galega. Era, portanto, meio irmão do trovador Martim Peres Alvim, e também sobrinho do privado de D. Afonso III, Mem Soares de Melo. Este último facto, juntamente com a sua aparente proximidade ao magnate e trovador D. João Peres de Aboim1, explicarão a sua presença na corte régia portuguesa, onde testemunha variados documentos de 1261 a 1285 (este último, já no reinado de D. Dinis). O primeiro documento onde surge o seu nome é, no entanto, o testamento do bispo de Lisboa, D. Airas Vasques (igualmente de origem galega), datado de 1258, e no qual é beneficiado com rendimentos provenientes das igrejas de Almada. Sabemos igualmente que o seu pai o legitima em 1272, de forma a poder herdar os seus bens. D. Carolina Michaëllis estranha este facto, uma vez que o filho legítimo de D. Pero de Alvim, Martim de Alvim, ainda estava (e estaria por longos anos) vivo nessa data2. Mas talvez esta legitimação tivesse algo a ver com o facto de João Lobeira ter criado um dos filhos ilegítimos de Afonso III (e de uma moura), Martim Afonso Chichorro3. Embora 1285 seja o último ano em está atestada a sua presença na corte, ainda era vivo em 1299, já que como tal é mencionado no testamento de Martim Anes do Vinhal. Deverá, no entanto, ter morrido pouco depois4.


Referências

1 Ferrari, Anna (1993), "Johan Lobeira", in Dicionário da Literatura Medieval Galega e Portuguesa, Lanciani, Giulia e Tavani, Giuseppe (org.), Lisboa, Editorial Caminho.

2 Vasconcelos, Carolina Michaëlis de (1990), Cancioneiro da Ajuda, vol. II, Lisboa, Imprensa nacional - Casa da Moeda (reimpressão da edição de Halle, 1904), p. 524.

3 Pizarro, José Augusto (2005), D. Dinis, Lisboa, Círculo de Leitores, p. 222.

4 Pizarro, José Augusto (1999), Linhagens medievais portuguesas: genealogias e estratégias 1279-1325, vol. I, Porto, Centro de Estudos de Genealogia, Heráldica e História da Família da Universidade Moderna, p. 577.
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Amigos, eu nom posso bem haver
Cantiga de Amor

Muitos que mi oem loar mia senhor
Cantiga de Amor

Nom pode Deus, pero pod'em poder
Género incerto

Se soubess'ora mia senhor
Cantiga de Amor

Um cavaleiro há 'qui tal entendença
Cantiga de Escárnio e maldizer

- Venh'eu a vós, mia senhor, por saber
Cantiga de Amor


Autoria duvidosa:


(Senhor genta)
Cantiga de Amor