Pero Meogo
Trovador medieval


Nacionalidade: Galega?

Notas biográficas:

Até há pouco, nada sabíamos sobre este autor (cujo apelido poderá ser Meogo, como transcrevem os manusritos, ou Moogo), a não ser que seria provavelmente galego, tal como os autores que o rodeiam nos apógrafos italianos. Como informava Resende de Oliveira1, "o apelido, nas formas 'Moogo', 'Monago' ou na forma latina 'Monachus' (...) é bastante vulgar em Portugal e na Galiza". E assim, dois homónimos, um clérigo galego da região de Ourense, documentado no terceiro quartel do século XIII, e um notário natural de Santiago, tinham sido sugeridos como identificações possíveis.
Muito recentemente, no entanto, José António Souto Cabo2, analisando alguns documentos do Tombo C da catedral de Santiago, defendeu que "existem argumentos objetivos para o reconhecer no Petrus Moogus registado, em 1260 e 1261, como clérigo-presbítero na freguesia de S. Simão de Ons de Cacheiras (c. Teo), nas imediações de Compostela", região de onde seria igualmente natural. O principal desses argumentos é que este Pero (Vasques) Moogo surge em contexto trovadoresco, ou seja, surge acompanhado, no primeiro desses documentos, pelo trovador Sancho Sanches (igualmente clérigo), e no segundo por um jogral (de nome Martim de Sisto). Este contexto documental parece, pois, tornar plausível a hipótese de Souto Cabo. Quanto ao seu apelido, este investigador avança ainda uma explicação alternativa, que transcrevemos: "Do nosso ponto de vista, trata-se de uma forma conservadora derivada de Medio + Loco (> Meoógo> Meoógo> Meógo/Moógo) - 'o que está no meio’- que observamos ocasionalmente na documentação do período". Acrescentamos que o termo, com este sentido, é também usado nas Cantigas de Santa Maria (65, 97).


Referências

1 Oliveira, António Resende de (1994), Depois do espectáculo trovadoresco. A estrutura dos cancioneiros peninsulares e as recolhas dos séculos XIII e XIV, Lisboa, Edições Colibri.

2 Souto Cabo, José António (2012), "En Santiago, seend’ albergado en mia pousada. Nótulas trovadorescas compostelanas", in Verba, 39.
      Aceder à página Web


Ler todas as cantigas (por ordem dos cancioneiros)


Cantigas (por ordem alfabética):


Ai cervos do monte, vim-vos preguntar
Cantiga de Amigo

- Digades, filha, mia filha velida
Cantiga de Amigo

Enas verdes ervas
Cantiga de Amigo

Fostes, filha, eno bailar
Cantiga de Amigo

[Levou-s'aa alva], levou-s'a velida
Cantiga de Amigo

O meu amig', a que preito talhei
Cantiga de Amigo

Por mui fremosa, que sanhuda estou
Cantiga de Amigo

Preguntar-vos quer'eu, madre
Cantiga de Amigo

- Tal vai o meu amigo, com amor que lh'eu dei
Cantiga de Amigo