Afonso XI
Trovador tardio


Nacionalidade: Castelhana

Notas biográficas:

Filho de Fernando IV de Castela e de Constança de Portugal (filha de D. Dinis), D. Afonso nasceu em Salamanca, a 3 de Agosto de 1311, começando a reinar logo um ano depois, devido à morte prematura de seu pai. A sua menoridade, durante a qual a sua avó, a rainha-viúva D. Maria de Molina, desempenhou um papel político central, foi marcada pela continuação dos conflitos nobiliários e de sucessão, que se arrastavam em Castela desde os últimos anos do reinado do seu bisavô, Afonso X (m. 1284). Uma vez atingida a maioridade, em 1325, Afonso XI iniciou um bem sucedido processo de controlo do reino, não hesitando em fazer executar os seus opositores (D. João de Haro, o Torto, ou Álvar Nuñéz Osório) ou em intervir militarmente contra outros, como D. Juan Manuel ou D. Juan Nuñez de Lara. Conseguiu assim pacificar o reino, acabando igualmente com a longa disputa com D. Afonso de La Cerda (neto de Afonso X que se julgava com direito ao trono), que lhe presta homenagem em 1331.
Um pouco antes (1328) tinha casado com D. Maria de Portugal, filha de Afonso IV. Este casamento, juntamente com o da sua irmã Leonor com Afonso IV de Aragão, estabeleceram as bases da paz ibérica, muito embora, no que diz respeito a Portugal, as relações tenham sido, por vezes tensas, sobretudo devido ao público e muito manifesto relacionamento de Afonso XI com D. Leonor de Guzmán (de quem teve dez filhos). Esta tensão entre os dois reinos acabou por não impedir, no entanto, a decisiva participação de Afonso IV de Portugal, seu sogro, numa das batalhas marcantes do seu reinado, a batalha do Salado (1340), na qual as tropas castelhanas e portuguesas derrotaram os ameaçadores contingentes de tropas norte-africanas que, no ano anterior, tinham avançado pela Andaluzia, vitória que representou o fim definitivo do perigo muçulmano da península. Na sequência desta vitória, conquista ainda várias outras praças da região, como Algeciras (1344), acabando por morrer de peste em 1350, durante o cerco de Gibraltar.
Protetor das artes e igualmente poeta, acrescente-se que é a Afonso XI que D. Pedro, conde de Barcelos, seu tio, lega em testamento (datado de 1350) o seu Livro de Cantigas, muito provavelmente o arquétipo dos atuais apógrafos italianos que fizeram chegar até nós a parte mais substancial da poesia profana galego-portuguesa.

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Cantigas (por ordem alfabética):


(En un tiempo cogi flores)
Espúria