João Velho de Pedrogães
Trovador medieval

Notas biográficas:

Trovador português, ativo nos finais do século XIII e inícios do seguinte, na corte de D. Dinis. Há, no entanto, alguma dificuldade em identificar concretamente João Velho, dada a existência, na época, de pelo menos três indivíduos homónimos. De qualquer forma, tendo em conta os dados que Resende de Oliveira apurou1, e que José Augusto Pizarro confirma2, parece tratar-se de João Pires Velho, também referido, na documentação da época, como João Velho de Pedrogães, ou ainda como João Velho de Santa Logriça. Membro da linhagem dos Velho, seria natural de Neiva, a sul de Viana do Castelo, sendo filho ilegítimo de Pero Pires Velho (e, portanto, primo direito do trovador Rodrigo Anes Redondo). Está documentado na corte régia a partir de 1278, como vassalo do infante D. Dinis, e, posteriormente, em vários momentos do reinado deste monarca, como membro do seu conselho, sendo, nomeadamente, o procurador encarregado de tratar do casamento do monarca com D. Isabel de Aragão, e de trazer a nova rainha para Portugal (1281-1282). Faleceu por volta de 1310.
Foi casado com Marinha Soares Correia, sobrinha do célebre mestre de Santiago, D. Paio Peres Correia, de quem teve descendência legítima. Mas teve ainda dois filhos bastardos, um deles de uma Maria Pires, filha de um Gonçalo Martins, trovador de Santarém3, nome que não corresponde a nenhum dos autores referidos pelos cancioneiros.

Referências

1 Oliveira, António Resende de (1994), Depois do espectáculo trovadoresco. A estrutura dos cancioneiros peninsulares e as recolhas dos séculos XIII e XIV, Lisboa, Edições Colibri, p. 375.

2 Pizarro, José Augusto (1999), Linhagens medievais portuguesas: genealogias e estratégias 1279-1325, vol. I, Porto, Centro de Estudos de Genealogia, Heráldica e História da Família da Universidade Moderna, p. 341 e sgs. e nota 68.
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3 Pizarro, José Augusto (1999), Linhagens medievais portuguesas: genealogias e estratégias 1279-1325, vol. I, Porto, Centro de Estudos de Genealogia, Heráldica e História da Família da Universidade Moderna, p. 345.
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