Afonso Lopes de Baião
Trovador medieval


Nacionalidade: Portuguesa

Notas biográficas:

Rico-homem português, pertencente a uma das mais antigas e importantes linhagens portuguesas (uma das cinco referidas pelo Livro Velho de Linhagens). Filho de Lopo Afonso de Baião e de Aldara Viegas, terá nascido por volta de 1210. A sua trajetória política passa essencialmente pela corte portuguesa de Afonso III, muito embora, antes da subida ao trono deste monarca, tenha certamente viajado para o reino vizinho, estando documentado, entre os anos 1226-1234 em Úbeda-Baeza, havendo ainda notícias de ter participado na tomada de Jaén (1246) e, com mais certeza, na conquista de Sevilha (1248), uma vez que o seu nome surge no respetivo Repartimiento como beneficiário de várias herdades. Entre estas duas últimas datas, ou seja, durante da guerra civil portuguesa que opôs D. Sancho II ao seu irmão, o futuro Afonso III, terá certamente tomado partido pelo Bolonhês, em cuja corte desempenhou posteriormente importantes cargos. De facto, logo em 1250, encontramo-lo a confirmar documentos como tenente de Bragança, cargo que acumulou, a partir de 1254, com a tenência das terras de Sousa, que troca, em 1263, com a de Riba Minho. Fazendo parte do conselho régio, manteve uma presença quase constante na corte do Bolonhês e ainda nos momentos iniciais da de seu filho, D. Dinis1. Deverá ter falecido em 12842.
Foi casado com D. Mor Gonçalves de Sousa, sobrinha do trovador D. Garcia Mendes de Eixo e neta do poderoso conde D. Mendo de Sousa, o Sousão. Segundo os Livros de Linhagens, não tiveram descendência.


Referências

1 Ventura, Leontina (1993), A Nobreza de Corte de Afonso III, Coimbra, diss. Doutoramento policopiada, pp. 599-603.

2 Pizarro, José Augusto (1999), Linhagens medievais portuguesas: genealogias e estratégias 1279-1325, vol. I, Porto, Centro de Estudos de Genealogia, Heráldica e História da Família da Universidade Moderna, p. 294.
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Cantigas (por ordem alfabética):


Deu ora el-rei seus dinheiros
Cantiga de Escárnio e maldizer

Disserom-mi ũas novas de que m'é mui gram bem
Cantiga de Amigo

Em Arouca ũa casa faria
Cantiga de Escárnio e maldizer

Fui eu, fremosa, fazer oraçom
Cantiga de Amigo

Ir quer'hoj'eu, fremosa, de coraçom
Cantiga de Amigo

Madre, des que se foi daqui
Cantiga de Amigo

O meu Senhor [Deus] me guisou
Cantiga de Amor

Oí d'Alvelo que era casado
Cantiga de Escárnio e maldizer

Sedia-xi Dom Belpelho em ũa sa maison
Gesta de maldizer

Senhor, que grav'hoj'a mi é
Cantiga de Amor