Fernão Rodrigues Redondo
Trovador medieval


Nacionalidade: Portuguesa

Notas biográficas:

Trovador português, ativo no reinado de D. Dinis, de quem foi meirinho-mor entre 1317 e 1318. Filho do trovador Rodrigo Anes Redondo e de Mor Fernandes de Curutelo, é provável que tenha nascido em Castela, onde o seu pai viveu longos anos, na sequência da deposição de D. Sancho II, de quem os Redondo foram partidários. Desse percurso de finais do século XIII não temos, no entanto, notícias. A primeira vez que Fernão Rodrigues aparece documentado é em 1294, no testamento de D. Sancho Peres Froião, bispo do Porto1. Casa-se, entretanto, na Beira, região de onde a sua linhagem é originária, com Marinha Afonso de Arganil, juntando assim à herança paterna esse senhorio e ainda o de Pombeiro da Beira, o que o transforma num dos mais poderosos senhores da região. É em S. Pedro de Arganil que D. Fernão e a mulher mandam construir uma capela funerária, o que indicia que pensariam talvez manter-se na região. Mas a morte de seu pai em Santarém (provavelmente em 1314) e os bens que herda nessa cidade, juntamente com as funções de mordomo-mor que passa a desempenhar pouco depois, devem ter alterado os seus planos, uma vez que, a partir dessa data, o encontramos instalado em Santarém, onde acaba por falecer, e onde está sepultado, juntamente com sua mulher, na igreja de S. Nicolau. Como o casal não teve descendência, Fernão Rodrigues, à sua morte, ocorrida em 1319 ou 1320, deixa os senhorios de Arganil e de Pombeiro a D. João Afonso, filho bastardo de D. Dinis2, a cuja casa deve ter pertencido.
Tal como seu pai no final da vida, Fernão Rodrigues Redondo deverá ter tido uma relação muito próxima com o monarca e mesmo com a sua família, a julgar pelo facto de D. Isabel de Aragão ter sido uma das testamenteiras de sua mulher. Frei Francisco Brandão relata ainda um episódio ocorrido alguns anos após a sua morte, em 1324, e segundo o qual D. Dinis, dirigindo-se a Santarém e encontrando o paço ocupado pelo seu herdeiro, o infante Afonso, com quem à época se encontra em grave litígio, se hospeda em casa dos Redondo (cuja lealdade ao monarca parece, de facto, ter sido constante).


Referências

1 Oliveira, António Resende de (1994), Depois do espectáculo trovadoresco. A estrutura dos cancioneiros peninsulares e as recolhas dos séculos XIII e XIV, Lisboa, Edições Colibri, p. 345.

2 Pizarro, José Augusto (1999), Linhagens medievais portuguesas: genealogias e estratégias 1279-1325, vol. I, Porto, Centro de Estudos de Genealogia, Heráldica e História da Família da Universidade Moderna, p. 365.
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