Afonso Anes do Cotom
Trovador ou Jogral medieval


Nacionalidade: Galega

Notas biográficas:

Excetuando a sua provável naturalidade galega (talvez de Negreira, povoação próxima de Santiago de Compostela, onde existia o paço do Cotom), não temos praticamente nenhuns dados sobre este autor, cuja época principal de atividade, tendo em conta as suas cantigas, parece ser a década de 1240. Integrando certamente o círculo do Infante Afonso (futuro Afonso X), como comprovam as mesmas composições, seria eventualmente um cavaleiro da pequena nobreza, como parece depreender-se de uma tenção que mantém com Pero da Ponte, na qual o assunto em cima da mesa é o pagamento (em roupas) que este último se sente no direito de lhe exigir.
Recentemente, José António Souto Cabo1, baseando-se num documento da catedral de Santiago, datado de 1192, e onde surge um Joan Coton, morador na cidade, avança a hipótese de se tratar do pai do trovador (que teria, pois, nascido em Santiago).
Acrescente-se que um Martim Peres de Cotom, cavaleiro, está documentado em Santarém (onde casou e detinha bens), entre 1230 e 1241, data da sua morte2. É possível que tivesse as mesmas origens galegas de Afonso Anes, mas desconhecemos se teriam alguma relação familiar.


Referências

1 Souto Cabo, José António (2012), "En Santiago, seend’ albergado en mia pousada. Nótulas trovadorescas compostelanas", in Verba, 39.
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2 Viana, Mário (2005), "Os cavaleiros de Santarém nos séculos XII e XIII", in Arquipélago. História, 2ª série, IX .
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Ler todas as cantigas (por ordem dos cancioneiros)


Cantigas (por ordem alfabética):


A ũa velha quisera trobar
Escárnio e Maldizer

A mim dam preç', e nom é desguisado
Escárnio e Maldizer

Abadessa, oí dizer
Escárnio e Maldizer

- Ai meu amig'e meu lum'e meu bem
Cantiga de Amigo

As mias jornadas vedes quaes som
Escárnio e Maldizer

Bem me cuidei eu, Maria Garcia
Escárnio e Maldizer

Covilheira velha, se vos fezesse
Escárnio e Maldizer

Fernam Gil ham aqui ameaçado
Escárnio e Maldizer

Foi Dom Fagundo um dia convidar
Escárnio e Maldizer

Mari'Mateu, ir-me quer'eu daquém
Escárnio e Maldizer

Meestre Nicolás, a meu cuidar
Escárnio e Maldizer

Orraca López vi doente um dia
Escárnio e Maldizer

Paai Rengel e outros dous romeus
Escárnio e Maldizer

- Pero da Pont', e[m] um vosso cantar
Tenção

- Pero da Ponte, ou eu nom vejo bem
Tenção

Se gradoedes, amigo
Cantiga de Amigo

Sueir'Eanes, um vosso cantar
Escárnio e Maldizer

Traj'agora Marinha Sabugal
Escárnio e Maldizer

Veerom-m'agora dizer
Escárnio e Maldizer


Autoria duvidosa:


A gram dereito lazerei
Cantiga de Amor

[...] E pero Deus há gram poder
Escárnio e Maldizer

Marinha, ende folegares
Escárnio e Maldizer

Quando se foi meu amigo
Cantiga de Amigo